A Amazônia, considerada “A maior celebração da diversidade do planeta” – uma definição do pesquisador
americano Michael Goulding, possui entre 05 e 30 milhões de plantas diferentes, das quais apenas 30 mil foram estudadas; alguns milhões de insetos; e 324 espécies de mamíferos. Por ali corre ainda um quinto da água doce do planeta, abrigando o maior número de espécies de peixes que tem conhecimento. Este mundo de fascínio, mistério e beleza estendem-se por 9 paises da América do Sul, sendo que 60% de toda esta área encontra-se em terras brasileiras.
Um milhão e seiscentos mil quilômetros quadrados – dezoito por cento do território brasileiro – a maior porção de floresta tropical úmida do planeta.
Com tantos atributos a Amazônia revela-se um dos destinos, mas atraente para os viajantes interessados em turismo de natureza.
Dentro deste cenário de diversidade de espécies de fauna e flora, há a diversidade de cultura, os povos indígenas retratam isto de forma muito particular.
O turismo indígena, como o nome sugere, é o turismo desenvolvido nas terras indígenas ou fora delas com base na identidade cultural e no controle da gestão pelo grupo/comunidade indígena envolvida.
Denominamos etno-turismo indígena o etno-turismo praticado dentro das terras indígenas através do planejamento/gestão participativa e comunitária respeitando os valores sociais, culturais e ambientais dos diferentes povos envolvidos onde a comunidade é a principal beneficiada.
Assim, o etno-turismo é a modalidade turística mais adequada a ser desenvolvida nas terras indígenas, tendo em vista o planejamento e gestão participativa e comunitária dos grupos/comunidade indígena envolvida, que promova a interação entre natureza e comunidade com vistas a uma utilização sustentável e conservacionista do patrimônio natural e cultural indígena proporcionado melhoria na qualidade de vida dessas comunidades sem causar impactos negativos à sua territorialidade (FARIA 2000).
Proponente
O Povo Manchineri, tem uma população de aproximadamente 700 pessoas, distribuídos em 13 Aldeias (Peri, Jatobá, Santa Cruz, Laranjeira, Água Preta, Alves Rodrigues, Senegal, Cumaru, Lago Novo e Extrema). Este Povo habita a terra indígena mamoadate, localizada no município de Assis Brasil e Sena Madureira é considerada a maior terra indígena do estado o Acre. Nesta terra vivem Manchineri e Jaminawa.
A Terra Indígena Mamoadate possui 313.647 mil háctares de beleza cênica, fortemente expressados pela preservação da fauna e flora local, trata-se de um belo pedaço da Amazônia brasileira realçada pelos valores étnico e cultural do povo Manchineri.
Manxineri ou Manchineri significa (Povo do Inharé) assim o povo Manchineri possui características culturais fortes e definidas.
O povo Manchineri vem ao longo destes 3 anos desenvolvendo diversos trabalhos voltados a preservação da fauna e flora, assim como o resgate cultural de cada povo , esta atividade tem sido um referencial do desenvolvimento cultural indígena, assim como um componente importante no processo cultural, social e organizacional deste povo.
Os Manchineri tem realizado uma diversidade de trabalhos ambientais, culturais e econômicos com uma margem de resultados positivos. Esses projetos têm como meta, garantir ao seu povo qualidade de vida, segurança alimentar, manutenção dos estoques da fauna e flora, identidade cultural, desenvolvimento sustentável, geração de renda, reconhecimento e respeito como povo indígena.
As atividades a qual o projeto de Etno-turismo se propõe, será realizada na terra Indígena em área especialmente escolhida pela comunidade, ou seja, a base das instalações estará entre as aldeias, fora do núcleo populacional de modo que não afete negativamente a cultura do povo e comunidades envolvidas por meio de várias estratégias que deverão ser pensadas e planejadas junto com a comunidade, técnicos, indigenistas e ambientalistas.
O projeto propõe a atividade de etno-turismo na Terra Indígena Mamoadate, e todo o componente necessário para sua realização. O Povo Manchineri objetiva divulgar sua cultura como valorização da identidade e obter algum ganho econômico, porém sem mercantilizá-la. Trata-se de um instrumento de conservação ambiental e valorização cultural, pois é a diversidade cultural - a riqueza do patrimônio cultural com seus saberes e fazeres expressos na pluralidade lingüística e étnica e na geografia mítica - desses povos, a pedra fundamental para atividade de etno-turismo aqui proposta.
O etno-turismo é a modalidade turística mais adequada a ser desenvolvida nas terras indígenas.
O turismo indígena ou etno-turismo indígena tenha seu lado comercial. A diferença encontra-se na essência, no objetivo e contexto em que são planejados e desenvolvidos.
Como será o etno-turismo Manchineri
O etno-turismo é uma atividade de investimentos relativamente baixos e de retorno rápido.
Este absorverá mão-de-obra local, contribuindo para a valorização da comunidade e fixá-lo à região. Será um poderoso instrumento de educação ambiental para o povo Manchineri e para os que o usufruem.
A presente proposta tem como objeto principal, receber pequenos grupos de turistas e oferecer opções de programas culturais e passeios ecológicos. É objeto desta proposta que tudo seja administrado de forma participativa pela comunidade, caberá a ela administrar, receber e executar todas as tarefas.
Tudo que for oferecido estará sempre adaptado aos nossos saberes e costumes.
Os alojamentos serão construídos dentro dos padrões arquitetônicos de nosso povo, complementado com a arquitetura do povo ocidental. Oitenta por cento dos materiais a serem utilizados na construção das pousadas serão proveniente da Terra Indígena Mamoadate. As pinturas utilizadas nas pousadas serão no estilo de desenho de nosso povo e cada pousada terá um nome em Manchineri.